quinta-feira, agosto 30

Well...fuck it, ou memórias que o moinho já não traz de volta

O zimgalabum quer fazer um pisci-editora. Que raio de ideia, rantanzulian, já devias ter idade para ter zicróbios. Mas não, o tingalim insiste. Convencê-lo-emos à força de mil escravos frictantes em plainas de azul. Havemos de calá-lo, o bardo, usando tão só e singelamente o método científico. Desiluda-se meu caro logo no

I Acto:
O banco escreveu-me uma carta.
- Há quanto tempo não te sentas aqui?
E eu embasbacado entre o rudovalho e a aspirina ousei responder
- Amanhã terás o teu formulário
E assim, entre campos de papoilas e sandes de atum fizemos um hino à nitroglicerina. Rimava com Bum, mas nem assim me deixavam de nos morder os calos.
- Quem sabe, meu General, a batalha pudesse ter sido ganha se houvesse outra disposição…
- De flancos?
- De disposições meu senhor.
- E o vinho do Porto?
- Não se fazem novelos com lã de cetim.
E não, não se faziam. Nem fariam. Uma ovelha é, talvez, demasiado preciosa para se perder em festas de gala. Os tenebrosos açambarcadores de gasolina já se tinham apercebido disso, meses antes. Esfregavam os pistões como lagostas em brasa ao pôr do Sol. Ouviam canções da frente e sonhavam com a retaguarda.
Os carvalhos nunca eram chamados a opinar. Melancólicos demais para ser úteis nesta ocasião, dizia o velho avô enquanto cofiava as longas barbas. O rudovalho, claro, não se resignava. Não se faz de um homem peixe um bacalhau de humores para isto. O Coronel ficava impassível. Cospia para as palmas dos pés com a mesma desfaçatez com que comia a galinha velha.
E que mal tinha ela feito?
Escrever uma carta, assim ousada, em tempo de guerra.
- A ousadia tem um lugar, este não é esse certamente - a professora de música tinha sempre este talento da inconveniência, mesmo perante as portas de vidro do metro que lhe recusavam a passagem perante o bilhete fora de prazo de validade, como se fosse uma lata de atum,
- Outra vez eu trazido para a história? - reclamava, e com razão, o petisco da atonina algarvia.
- Talvez fosse melhor jogarmos às cartas.
E assim, no salão ao pôr-do-sol, agora sim com hifens, jogámos a paz e a guerra em soldadinhos de chumbo.
Amiantámo-nos uns aos outros.
E o dia amanheceu em paz.

Ps: o rudovalho queixou-se. Ouviremos o rodovalho, porque um peixe-chato tem de mesmo de ser ouvido por um amigo do oceanário: http://www.oceanario.pt/SITE/ol_especie_01.asp?especieid=363

O rodovalho é um peixe-chato cujo corpo sofre transformações significativas, até adquirir o aspecto típico deste grupo de peixes. Assim, enquanto larva, vive na coluna de água e tem o corpo simétrico, com um olho de cada lado. Depois, à medida que se desenvolve, o olho direito migra para o lado esquerdo do corpo, que sofre uma compressão lateral acentuada, até ficar plano. Estas modificações resultam numa extraordinária adaptação à vida no fundo, onde permanece semi-enterrado na areia, com o lado esquerdo virado para cima. Aqui, perfeitamente camuflado, consegue ver sem ser visto...

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