domingo, agosto 14

Facilmente confirmarão que

são três e trinta e cinco da manhã.

Que pode uma pessoa dizer a horas destas? Citações, quando muito. Sob pena de, em escrevendo texto da sua lavra, se enterrar em grande e à grande.

Uma boa citação seria a do Luis Lopes hoje. Ontem, vá. Dizia o próprio ao comentar com a habitual propriedade a prova de lançamento do peso feminino, e aproveitando para me lembrar que as mulheres lançam com um movimento de costas para o campo, enquanto que os homens fazem uma rotação que imprime mais velocidade ao corpo e, logo, ao lançamento, que não existem, ao contrário do que algumas pessoas acreditam, provas maiores e menores no atletismo. Com isto, sem realmente o dizer, veio dar um estalo de luva branca naqueles jornalistas de futebol que, ao entrevistar o Rui Silva, lhe perguntavam unicamente 'para quando a passagem aos 5000m?', como se a prova dos mil e quinhentos fosse uma prova menor.

Daqui deixo o meu apelo ao - com certeza leitor assíduo - Rui Silva para que não ceda. Para que continue o brilhante esforço em ser o maior milequinhentosmetrista do mundo. Prova belíssima e na qual o nosso compatriota tem uma estratégia brilhante ainda que pouco arriscada, mas mesmo assim fabulosa e merecedora dos maiores aplausos. As pessoas têm pouco a noção de que o Rui Silva é um atleta que está muito à frente do Obikwelu ou do Figo, por exemplo. E que o futuro do senhor é, queira deus, nos 1500m.

Queria saber responder ao post anterior do meu amigo Isauro, mas na verdade não sei. Não tenho a acidez suficiente. Corre-me bem a vida, no entanto, e tive a sorte de, na Memória Inventada surgir este post:

Dou essencialmente três tipos de erros nos textos que vou escrevendo aqui. O primeiro tipo é o menos interessante: as gralhas, os erros por distracção. O segundo tipo é o mais embaraçoso: erros que reflectem a minha ignorância. O terceiro tipo é o mais divertido: os erros que resultam de ter trabalhado e revisto o texto à pressa, deixando fragmentos de frases antigas junto da expressão nova que acabei por preferir. Por vezes surgem umas quimeras acidentais fantásticas e devia pensar em repescá-las para um bestiário de sintaxe.

O que me facilita a vida, e me deixa, se nos referirmos apenas ao pequeno apontamento do Isauro, sem mais o que dizer.

Para não escrever outro post, que sinceramente não me apetece, deixem-me louvar aquele senhor que tem, em todas as padarias de Lisboa, aquele pequeno papel que diz VIOLA - MÉTODO RÁPIDO. Desde já deixo aqui o apelo a qualquer pessoa que tenha experimentado este método, para partilhar com todos nós essa rápida experiência, que me intriga. Acredito bem que estejamos na presença de um novo Eurico Cebolo, mas provavelmente sem os mesmo meios, dado que apenas consegue colocar pequenos papeis A6 nas montras de padarias. É talvez um dotado pasteleiro. Talvez um camionista de entrega de farinha. Ou mesmo um empregado de balcão desencantado com o mundo da música e das quotas radiofónicas. Dê por onde der, é hoje um A6 famoso e dedicado à causa do ensino rápido de viola. Essa menosprezada.

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