domingo, fevereiro 11

Não passarão

Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner em Freakonomics "explicam o impacto que a acção de uma jovem de 22 anos teve na queda abrupta da criminalidade nos anos 90. O célebre caso de Roe vs Wade acabou por tornar, desde Janeiro de 1973, o aborto legal nos EUA. Os autores defendem que a livre escolha levou a que muitas mulheres de classes sociais desfavorecidas optassem por não ter os seus filhos em ambientes familiares adversos. Como consequência, os crimes praticados por adolescentes caíram a pique anos mais tarde".*

Espero que o resultado de hoje no referendo tenha o mesmo impacto na criminalidade em Portugal. De facto, são as mães portuguesas, que antes se viam obrigadas a ter os seus filhos naquelas condições ou a correr perigo de vida em accções abortivas clandestinas, que têm esta noite as maiores razões para festejar.

Mas estou certo e seguro de um outro impacto da votação de hoje: o CDS, partido político já declaradamente moribundo, extinguir-se-á dentro do espaço de uma geração. Porquê? Porque os abortos políticos que foram e são os seus dirigentes desde Manuel Monteiro e a juventude acéfala, bovina e politicamente retardada que compõe a esmagadora maioria da sua militância não passarão, doravante, das dez semanas.


*João Vieira Pereira, "Sobre o Sim e o Não", no Expresso de 9.02.07

3 comentários:

Comboio Azul disse...

Flash-quiz de preparação: Quem pronunciou as palavras "No pasarán"?

proletario disse...

La passionaria?

Comboio Azul disse...

Mui bem , meu caro (mas só com um S).