quarta-feira, novembro 22

O Desperdício

Neste momento só o que me preocupa é que o Fernando Santos venha a pegar na equipa. Como aparentemente é coisa que não tem acontecido, a vida nem tem corrido mal. Isto é equipa que perde com facilidade como se tem visto, mas de resto é uma equipa muito boa e que depende de alguns factores que infelizmente não há como controlar. Alguns não: dois. Um é ter sorte. Se o Benfica tiver muita sorte como nos dois bons golos do ínicio deste jogo com esta gente do Copenhaga, então irá jogar bem. Se tiver azar joga mal. Isto parece parvo dito assim, mas há quem saiba jogar bem quando tem azar. Contingências. O outro é o Petit. Há dias em que parece que o tipo faz tudo para perder o jogo, como hoje. Isto é, faz-se à bola e assim, quer participar na partida, sei lá. Em alguns outros dá ideia que se esquece que ali está e toda a equipa ganha com isso. Ele próprio, aliás, que chega a marcar golos. É claro que podia-se pensar em não o meter a jogar. Mas isso talvez já seja ir longe demais. Em tudo o resto lamento muito que uma equipa que podia facilmente ser a melhor que para aqui anda, se comandada por qualquer criança que jogue FM há mais de seis meses, esteja neste estado. Mas o Benfica tem sido um bom entretém, tem o Micolli e o Simão e o Nelson e assim (o assim é o Nuno Gomes, mas custa-me dizer isto), e por vezes ganha jogos. Por exemplo: no dia da tal finta do Micolli, houve um canto em que o Simão o marca para fora da área, assim pelo ar. O Micolli (anda google!) sem a deixar bater no chão, e bem cá de fora, faz um remate sério e honesto à baliza. O que é isto? Isto é desperdiçar um canto com grande respeito pelo espectador. E num canto, bem ou mal marcado raramente se respeita as pessoas. Assim de repente só me lembro de outro gajo que gostava de desperdiçar cantos e às vezes livres. O Balakov marcou uma vez um canto igual. Com a diferença que o Cherbakov lhe acertou um pouco melhor e marcou golo, claro. Nada disto está no Youtube, já fui confirmar. Terão que recorrer à memória, como se fazia dantes.

Por outro lado ando com um bocado de inveja destes posts do James Bond. Queria fazer um ou outro post, antes que o filme estreie aqui, que revelasse o meu sentido de humor e pertinência, mas não me ocorre assim nada.

p.s. O Balakov (esse animal) não marcou um canto igual, marcou-o melhor, mas a intenção do Simão foi a mesma e por acaso até funcionou da mesma maneira, salvo o golo. E visto que o Simão não deve ter visto esse golo, suspeito eu, a coisa ainda ganha mérito, dado que foi ideia que lhe saiu da própria mona. Mas estas coisas só acontecem a equipas que não têm quem mande nelas. A gente quando jogava na rua, por exemplo, ou o Benfica. Fique o Sporting e o Porto com onzes bem montados, e provavelmente com o campeonato, já me conformei, e nós vamos ficando com a inconsequência (que até me tem sabido mais ao Benfica que gosto de lembrar que qualquer outro dos últimos cinco anos).

7 comentários:

proletario disse...

O meu amigo finta-se a si próprio nessa conversa sobre cantos "desperdiçados" e afins. Às tantas fico sem perceber o que é que você quer dizer.
O Benfica de ontem contou com a preciosa ajuda do guarda-redes do Copenhaga, mal batido nos três golos. Depois, os encarnados andaram por ali a passear e a aborrecer o povo. Não dou para esse peditório de querer fazer do Miccoli o Maradona do Estádio da Luz. Uma finta vistosa não faz uma estrela. Até o Jorge Cadete tinha um fantástico vídeo dos seus melhores golos. Quem não o conhecesse achava-o o novo Van Basten. Quanto ao Simão, que me perdoem, é um tipo simpático, mas só pode aspirar a ser o melhor jogador português do campeonato português, o que não é coisa que mereça grande festa. Esse tronco com pernas que dá pelo nome de Petit, considero-o, desde há muito, um dos tipos mais sobre-avaliados do futebol português. Faz-me lembrar o Oceano. Mas esse, não se armava em jogador de futebol. Sabia que a sua missão em campo era destruir e era isso que ele fazia. O Petit não. Parece que ainda tem a secreta ambição de se transformar num médio criativo. Pena é os pés não lhe obedecerem. Também é perito em inventar cartões amarelos absurdos e insultar árbitros e adversários de cada vez que chuta na atmosfera.
O Sporting também não anda brilhante, reconheço. Este último jogo na Madeira foi um bocejo total. Palpita-me que a coisa via tender para os senhores de azul outra vez.

Sergio disse...

Que maus fígados. Não disse nada que vá contra o que disseste. E se a única coisa que viste do Micolli foi a tal finta, pá, lamento.

No fundo o que quis dizer e disse foi que Sporting e sobretudo Porto têm hipóteses de ganhar o campeonato e o Benfica não. Mas que pelo menos tenho-me divertido a ver a bola.

Tu, como de costume, preferes apontar o dedo às fraudes. Bom trabalho.

proletario disse...

Maus fígados? Posso falar do Benfica sem que você se ofenda?

Anónimo disse...

O Matthaus e o Brehme desperdiçaram imensos cantos assim - com um bocadinho menos de respeito, porque funcionava muitas vezes. Uma delas num mundial. Ou num europeu, já não sei. Domesticamente - deve ser disso que se trata, senão teria de se falar num Le Tissier - houve, pelo menos, mais um: António Carlos (um misto de artista com jagunço, cujo único sprint que deu foi a correr atrás do Paulinho Santos para o sovar) para Semedo.

Sergio disse...

1. Proletário (nunca me cansa a piada que este nick tem), a única pessoa que se ofendeu ao falar do Benfica foste tu. As tuas 14 linhas contra as minhas cinco, comprovam-no. Por outro lado, tu não falaste do Benfica em momento nenhum. Chateaste-te com o Benfica, o que vindo de um Sportinguista é normal e compreende-se. Já falar do Sporting, é coisa que não te ouço há muito.

2.Caro HO, em boa hora apareceste. Falares no Le Tissier e no Mathaus não é propriamente falar no dia-a-dia da Carris, pois não? E mesmo nesse grande maluco do Carlos Alberto. Penso que estamos de acordo no essencial. Viva as faltas de respeito! Com ou sem golos, caguei.

proletario disse...

"As tuas 14 linhas contra as minhas cinco"... O seu nick de animal de grande porte espelha bem o tamanho do seu ego. A minha dissertação sobre o Benfica não se destinava a rabatê-lo mas enfim, adiante.
Aceito o repto e falarei do Sporting.

Os meninos de Alvalade atravessam uma crise que já se previa. Os putos maravilha não duram para sempre. Como putos que são, têm muitas variações de humor. Carlos Martins, por exemplo, anda há quatro épocas a tentar provar a si próprio que é um grande jogador. Ainda não se convenceu disso e muito menos quem o vê alternar grandes exibições com ausências totais. O Nani é um gajo talentoso, mas ainda está naquela fase de querer fazer uma obra de arte de cada vez que toca na chicha. O Cristiano Ronaldo também tem estes tiques, mas esse já provou que aprendeu a jogar para a equipa, como se viu no estádio da Luz. O único gajo com quem podemos contar sempre é o Moutinho que, manifestamente, não sabe jogar mal. Falta-lhe apenas capacidade de concretização, que bem falta faz a este Sporting. Com o Liedson a dormir, um Bueno que não sei para que serve e um Alecssandro que ainda precisa de seis meses para perceber como é que se joga na Europa, a coisa não pode correr às mil maravilhas. O Djaló tem tudo para ser o melhor ponta de lança português mas ainda não é. Há no Sporting demasiada vontade de provar alguma coisa, demasiados putos a quererem mostrar serviço. Falta ali uma ou duas referências de veterania e ratice, um Barbosa, um João Pinto, um Rochemback. Valha-nos um Polga finalmente em grande nível e um Tonel que é o central mais certinho do campeonato. Pode ser que me engane e que a coisa arranque...

Anónimo disse...

La Fante, isso só de um mouro que chama Carris à STCP: António Carlos era uma espécie de Carlos Alberto, ok, mas em câmara lenta e com um bigodinho à galã dos anos 50, notável por, a certa altura, exigir aos jornalistas que o passassem a chamar Carlos Santos porque esse é que era, e cito, "nome de jogador". Se o Quinzinho tem tido a mesma clarividência, teria sido o segundo Weah. Era, o António Carlos, daqueles artistas que ganha a vida no paredão a dar milhares de toques consecutivos com uma laranja ou uma bola de ping-pong e meia-hora depois desse incidente com o Paulinho já estava despachado para os candomblés da Bahia. O resto não conto por lealdade clubística.