Os empregados de mesa desta Lisboa são uma raça tipicamente conservadora, rotuladora, positivista. Vêem a sociedade em geral por um número limitado de estereótipos que as suas torpes observações extraem a partir dos espécimes que se sentam às mesas que atendem. Por isso, esperam que nos comportemos conforme o estereótipo em que nos situamos nas suas matrizes socio-alimentares. Qual cães de Pavlov, que salivemos quando e como é suposto. Daí até à mania de impor hábitos, rotinas, gostos e paladares que se querem sempiternos e imutáveis vai um passinho…
Mas comigo bem se lixam. Se anteontem bebi uma cola, logo no dia seguinte sugerem "e uma cola a acompanhar?...", ao que eu resoluta mas educadamente respondo "não, uma imperial, se faz favor". Portanto ontem pedi imperial, por conseguinte hoje "é uma imperialzinha, não é verdade?". Não. Era antes um guaraná. Amanhã não haverá guaraná para ninguém e haverei de emborcar um quarto de tinto que é para almoçarem e deixaram almoçar sossegados os fregueses que têm direito a regar o pasto com as substâncias liquidas que bem entenderem.
Por vezes tenho que me conter para não exigir aos berros uma italiana, quando já tenho um café cheio à minha frente sem ter aberto a boca para o solicitar. Desgraçadamente gosto mesmo da bica longa. Maldita cafeina...
Já sei: vou deixar de beber café. Quero ver a cara do empregado amanhã...
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2 comentários:
Já agora manda também as batatas fritas com arroz de volta!
A Esposa
Há gostos para tudo. Pela minha parte, acolho como grande cortesia do empregado,que o mesmo conheça as minhas preferências e me sirva eficiente e rapidamente sem conversa da treta.
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