quarta-feira, agosto 16

If you're the best they've got, they're more likely try and
cover up your embarrassing incompetence. *

Eu tenho alguma simpatia por musicais. Reconheço gostar de ver, entre um drama familiar e uma revelação chocante no meio de um filme, o protagonista cantar a situação, vir para a rua e dançar com a multidão, para de seguida se calar e seguir a trama. Se há gente que o faz por tudo e por nada são os indianos, como é sabido. tinha que ser exagero, claro, que um musical por ano já me satisfaria. Mas, por exemplo a resposta de Bollywood ao Superhomem, o Krrish. Super-produção indiana, com um novo e carismático herói, mas sempre com o momento em que o Krrish canta e dança o que lhe vai na alma. Ainda hei-de ver o raio do filme, mas adiante.

Nisto fui hoje ver Romance and Cigarettes, filme de John Turturro, personagem que estimo mesmo muito. É uma cagada este filme. E o que pensei poder vir a ser um musical que nos enchesse as medidas, melhor, o que pensei poder vir a ser um bom filme e com humor bem conseguido é uma cagada. Péssimo final, apenas um momento musical com que se sorria ligeiramente, um Gandolfini a protagonista para o qual já não há réstia de pachorra (espero que tenha feito uma boa reforma porque a carreira deste homem está prestes) e ainda por cima moralistazinho. Acima de tudo muito chato.

A nota que salva o filme é o Christopher Walken. É que chega a salvá-lo! Diz-se do CW que nunca recusou até hoje um papel. Isto é inacreditável, porque eu não me consigo lembrar de um único mau papel do homem. Um! CW a cantar Tom Jones é, felizmente para o Turturro, um momento que o YouTube irá guardar por muitos e bons anos. Faria uma série de cem posts a explicar, ou a tentá-lo, porque nunca fez ele um mau papel. Não há dinheiro que pague o CW a desvendar o seu plano ao James Bond ou a contar a história do relógio ao pequeno Mitch em Pulp Fiction. E não porque os textos sejam bons. Simplesmente por aquele tom de voz, dicção e trajeitos faciais. Por favor alguém lhe continue a dar textos longos.

*Max Zorin

Sem comentários: