quarta-feira, agosto 23

“Eu gosto é disto”

Dia 3 – 17 Agosto – Quinta-feira

Melgaço – Valença – Paredes de Coura

Saímos para Valença em direcção às Costelinhas do Álvaro onde almoçámos divinamente. O objectivo era encontrar onde pernoitar e seguir para o Festival em Paredes de Coura. Graças a alguma sorte e “olho colectivo” encontrámos um turismo rural mesmo colado ao rio que separa o Portugal da Galiza e pusemo-nos a caminho de Paredes de Coura, por estradas tortas e molhadas pela chuva que teimava em cair.
Não reconheci a Vila à chegada. Depois de estacionarmos pedimos informações do melhor trajecto e seguimos um trilho à beira rio que nos levou para o recinto. Perdidos no meio do mato, atravessámos o rio trinta vezes até começar a ver publicidade à tal cerveja estrangeira. Comprámos os bilhetes, pedimos uma rodada de cervejas e sentámo-nos na relva a ver os concertos vespertinos. Rodada após rodada, molhámo-nos por fora e por dentro. Entretanto encontrámos um amigo de um blog aqui linkado com um licor beirão em cada mão que procurava o nosso sempre presidente Manuel João Vieira. A cerveja e a chuva continuavam a cair abundantemente, mas a chuva era mais barata. Só perdemos de vista o palco para comer umas magras fatias de pizza num antro multinacional da fast food. Após o pior repasto das férias voltámos para o concerto dos Maduros, as carcavilhas reminiscentes do rock português. Só graças à boa disposição conseguimos resistir. Por todo o lado espanhóis tentavam negociar connosco todo o tipo de drogas ilegais. Unanimemente saímos desiludidos com os concertos e principalmente com o som debitado pelas colunas. Os melhores terão mesmo sido os !!! e os Cramps, embora estes últimos estejam já fora de prazo para as figuras que fizeram em palco, nomeadamente o sexagenário vocalista que se portou como um imberbe adolescente a tentar subir para as colunas, maltratar o tripé do microfone e a entornar vinho no palco.
Para seguir o mesmo trilho que nos fizera chegar ao recinto passámos pelas mais molhadas trevas e perigos. Uma madrugada drogada.
Toldados pela cerveja patrocinadora e molhados pela chuva que se fez sentir pelo menos uma vez por concerto regressámos a Valença pelas duas para dormir um bocado antes da viagem mais comprida que nos espera no quarto dia de viagem.

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