Isauro, amigo, com essa do erro moves-te em terrenos muito armadilhados e não sei se suficientemente reflectidos. Concordo, claro, que todas as guerras a que assistimos de há uns quinze anos para cá são instrumentalizadas para obter vantagens estratégicas, enfim, Poder. Sobretudo pelo lado ocidental. Mas também é muito claro que os grupos terroristas e, evidentemente, os que se refugiam no Líbano e estão neste momento já a financiar a reconstrução de cidades,não fazem senão escancarar portas ao ocidente para que opte por esses caminhos. E estão a fazê-lo a toda a barda, de modo a que muito rapidamente possam ser os países que dizem defender a envolver-se nos conflitos e não essa gente, que tão depressa alimenta as populações em cujas cidades se esconde, como as usa como escudo e argumento para a infâmia ocidental.
Os governos dos EUA e de Israel actuais são talvez os mais belicistas das suas Histórias (enfim, Israel nunca teve diplomacia propriamente dita, mas também nunca se viveu no Médio Oriente uma paz propriamente dita). E para fazer valer os seus interesses estão a instrumentalizar questões que noutros tempos não poderiam nunca desencadear guerras. Pelo menos tão rapidamente. Até um Kissinger seria desnecessário na administração americana actual. A guerra deixou de ser resultado de um diferendo inconciliável entre dois países, e muito menos a defesa dos direitos humanos dos povos, e passou a ser - tem sido - uma caça policial a criminosos que se escondem em países que escolhem acolhê-los. Entendo que, tendo que sobreviver, o auxílio de uma organização que diz lutar pelos direitos do seu próprio povo, seja mais atractivo que o de uma potência ocidental nada digna de confiança na história muito recente.
Irrita-me bastante a ladaínha da luta pela democracia global, das AMD, dos soldados raptados e de qualquer outra desculpa para fazer a guerra que virá a seguir, e que vimos sempre a descobrir ser falsa, mas não somos meninos. Há razões claras e estratégicas para estas guerras se estarem a suceder. Lidas num livro de História as manobras diplomáticas de há 150 anos chegam a ser divertidas de acompanhar. Hoje é aqui e envolve-nos. O que não compreendo é como se coloca tão facilmente a vilania do lado ocidental (ou melhor isso até posso compreender) e a virtude, inocência, legitimidade (isto já não) do lado árabe. Os bons e os maus. Os ricos e os pobres.
Quanto à sugestão de resolução do problema que apresentas espero escrever pouco. Israel existe ali há 60 anos e, como provavelmente todos os Estados e todas as fronteiras do mundo, nasceu numa situação de instabilidade e de violência, que infelizmente ainda dura. A tua solução é uma piada de mau-gosto, extremista e a fugir para o perigoso. Além de que, imagino, defendes (eu defendo) provavelmente o direito à auto-determinação curda. E com um território que lhes é devido. E entre a Síria, Irão, Turquia e Iraque. Ou, dado o banho de sangue que este cenário faz prever, parece-te mais sensato trazer os 30 milhões de curdos para a Europa, afinal os grandes defensores do direito a Estado do Curdistão?
Os governos dos EUA e de Israel actuais são talvez os mais belicistas das suas Histórias (enfim, Israel nunca teve diplomacia propriamente dita, mas também nunca se viveu no Médio Oriente uma paz propriamente dita). E para fazer valer os seus interesses estão a instrumentalizar questões que noutros tempos não poderiam nunca desencadear guerras. Pelo menos tão rapidamente. Até um Kissinger seria desnecessário na administração americana actual. A guerra deixou de ser resultado de um diferendo inconciliável entre dois países, e muito menos a defesa dos direitos humanos dos povos, e passou a ser - tem sido - uma caça policial a criminosos que se escondem em países que escolhem acolhê-los. Entendo que, tendo que sobreviver, o auxílio de uma organização que diz lutar pelos direitos do seu próprio povo, seja mais atractivo que o de uma potência ocidental nada digna de confiança na história muito recente.
Irrita-me bastante a ladaínha da luta pela democracia global, das AMD, dos soldados raptados e de qualquer outra desculpa para fazer a guerra que virá a seguir, e que vimos sempre a descobrir ser falsa, mas não somos meninos. Há razões claras e estratégicas para estas guerras se estarem a suceder. Lidas num livro de História as manobras diplomáticas de há 150 anos chegam a ser divertidas de acompanhar. Hoje é aqui e envolve-nos. O que não compreendo é como se coloca tão facilmente a vilania do lado ocidental (ou melhor isso até posso compreender) e a virtude, inocência, legitimidade (isto já não) do lado árabe. Os bons e os maus. Os ricos e os pobres.
Quanto à sugestão de resolução do problema que apresentas espero escrever pouco. Israel existe ali há 60 anos e, como provavelmente todos os Estados e todas as fronteiras do mundo, nasceu numa situação de instabilidade e de violência, que infelizmente ainda dura. A tua solução é uma piada de mau-gosto, extremista e a fugir para o perigoso. Além de que, imagino, defendes (eu defendo) provavelmente o direito à auto-determinação curda. E com um território que lhes é devido. E entre a Síria, Irão, Turquia e Iraque. Ou, dado o banho de sangue que este cenário faz prever, parece-te mais sensato trazer os 30 milhões de curdos para a Europa, afinal os grandes defensores do direito a Estado do Curdistão?
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