A história do rock está cheia de bandas que nunca passaram de um single bem sucedido. Todos os anos aparecem nomes meteóricos de gajos que prometem muito numa canção e que depois se revelam uma invariável fraude quando se escuta o álbum inteiro. Mas há uma corrente não menos intensa de grupos que apostam nas canções erradas. Já passei anos ao largo de grandes artistas por causa de singles chungas. Exemplos: O "Creep", dos Radiohead, fez-me alergia aos tipos durante anos. Na mesma onda, "Looser" fez-me acreditar que o Beck era mais um chico esperto apostado em piscar o olho ao mercado interminável dos adolescentes que insistem em estar deprimidos. Ainda nessa mesma fase da minha vida, os Pixies tiveram de esperar muito até que me passasse a azia de "Here Comes Your Man", definitivamente a pior composição que o quarteto esquizofrénico alguma vez pariu. Os Blur então, só os consegui levar a sério quando lançaram essa obra prima a que chamaram "13", um dos discos dos anos 90 que entrou directamente na história do rock.
Pois vem este relambório todo a propósito dos White Stripes. Quando esses tipos rebentaram para aí com o inacreditável single "Seven Nation Army" desliguei automaticamente. Aquela repetição à náusea do péssimo riff inicial afastou-me como as pulgas fogem do vinagre. Para mim eram um assunto encerrado. Há semanas, passeando pelo fórum da mula (sim, já sei que é crime) deu-me para experimentar o última gravação do duo americano. "Get Behind Me Satan" é um belo disco. Eclético, imaginativo, ousado. E tem mais e melhor do que só baixo e bateria. Afinal ainda não estou tão velho para deixar de mudar de opinião.
terça-feira, julho 4
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