quinta-feira, fevereiro 23

Ramos D'Oliveira

Ao ler isto talvez alguns ocidentais civilizados que não se deixam manipular pelos media nem pelos seus líderes religiosos ou laicos no sentido de levarem a cabo actos violentos, desproporcionados e injustos descubram finalmente como foram e como estão a ser novamente manipulados no sentido de fazerem a mais desproporcionada e a mais injusta de todas as violências: a GUERRA.
Eu descobri um nome: Basil D'Oliveira. Um nome que não tem nada a ver. Um nome que está lá pelo meio por ter sido objecto de uma biografia do mesmo autor, Peter Oborne. Descobri a existência de um jogador de cricket sul-africano a quem, por ser assim para o moreninho, foi vedada a entrada na all-white selecção nacional do seu país, rumando nos idos de 1960 a terras de sua majestade em busca de melhores oportunidades desportivas. Esta aparentemente insignificante ocorrência viria mais tarde, em 1968, a provocar um acidente (ia corrigir para INcidente mas até prefiro assim) diplomático imenso entre ingleses e sul-africanos que constitui, de certa forma, o início do fim do regime do Apartheid na África do Sul. É aqui que se encontra a génese do bloqueio depois imposto às equipas segregacionistas sul-africanas às principais competições desportivas internacionais. O regime racista dos colonos Afrikaners sofria as suas primeiras e decisivas derrotas. Finalmente faziam-lhes ver que aquela merda era simples falta de fair-play. O cartão vermelho final ainda tardaria mas não haveria de falhar.
O meu interesse neste nome surgiu, é claro, pela sua indiscutível raiz lusa. E aquele bigodinho... Já tentei averiguar dos antepassados e pouco ou nada descobri. Desconfio que seja descendente d'Oliveiras que rumaram da Índia Portuguesa para a África do Sul. Se alguém tiver mais dados genéticos sobre o homem, agradeço que os partilhe aqui.

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