A necessidade de manter um diário surge sobretudo à noite, antes de dormir como registo. Como no entanto, no dia-a-dia normal inventamos uma série de rotinas desnecessárias antes de ir dormir - lavar os dentes e assim - o diário pré-lençóis passa para segundo ou terceiro plano e eventualmente, nem existe.
Nestes dias, os meus são quase sempre ébrios. Volto a sentir uma vontade de morar cá, mas é o engano de quem só já cá vem quinze dias por ano. Hoje nem sequer há o que contar. Fui beber copos com uma família de psicóticos que fizeram um esforço desmedido por andar à porrada e ainda assim não o conseguiram. Com os locais ainda consigo evitar qualquer coisa, com um abraço e uma imperial ao balcão. As pessoas de países estrangeiros, curiosamente, nunca se metem nisso. Há culturas onde as férias servem para as pessoas se divertirem sem andarem ao murro. O meu problema é que a moda da Figueira traz para cá gente de toda a parte do país e eventualmente encontrar-se-ão duas famílias de psicóticos (com pontinha de neurótico, o que, imagino, deve ser raro). E aí, meus caros, não há pachorra. Eu defendo que é importante andar à porrada por razões com propriedade. Por exemplo, andar à porrada por nazis quererem invadir a Europa, por um gajo nos meter uma bomba no bar onde vamos há muito tempo, por causa de uma gaja, etc. Agora por merdas, epá, não tenho paciência.
O fim foi, claro, no Bergantim. Mas sem grande assinalário. O dj mudou de sítio, e o primeiro andar estava fechado. E só. O resto foi o costume. Nestes posts dá-me sempre para estas frases curtas. Uma vez um professor disse-me que eu fazia frases muito curtas. Nem escrevia mal. Mas as frases eram curtas. E eu disse 'mas o Camus também escreve assim'. E o professor disse 'não seja parvo'.
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