Hoje, por mero acaso, ao sair do maldito trabalho, cruzei-me com o primeiro-ministro e respectiva horda de bajuladores e seguranças, que penso que também daria por findo o seu atribulado dia de trabalho. Logo aí se notou uma certa diferença de tratamento, pois enquanto ele tinha um carro (aliás, um automóvel) à espera para que não tivesse que andar mais que uns meros dois metros, eu tive que andar bem mais até ao meu, que estava estacionado na rua (e não estava mais longe porque arranjei um esquema para conseguir sempre um bom lugar que envolve telefonar a alguém que esteja a sair para lá estacionar, mas divago e isso são outros quinhentos paus).
Quando finalmente arranquei, fi-lo, novamente por coincidência, atrás do referido bólide, cuja marca não consegui identificar, visto que, não tendo dinheiro ou interesse em adquirir uma viatura desse calibre, sou um analfabeto funcional no que diz respeito a marcas automóveis, e sendo assim um Saab não é diferente de um Audi, por exemplo. Mas tinha todo o aspecto de ser caro e potente, que isso vê-se à légua, aliás deve vir incluído no preço.
Ora visto que tive algum tempo enquanto perseguia a viatura do Primeiro para me dedicar a alguns pensamentos (que incluíam uma parte em que o perseguia para efectuar um atentado, mas, novamente, divago), reparei num pequeno pormenor, a matrícula. Das novas. 60-AC-96 ou qualquer coisa do género. Aproximo-me um pouco mais e vejo que é de Junho de 2005. Fresquinho, portanto. Apenas três meses depois de ser empossado. Pelo menos um mês depois do tal anúncio da condição catastrófica e à beira da falência que se encontra o país. Depois do anúncio do aumento dos impostos para a estabilização da economia ou lá o que é (mas suponho que o parque automóvel antigo fosse mesmo muito antigo, não é? Penso que pelo menos os botões do tablier já deviam estar um bocado gastos, e assim não pode ser!).
Foi nesse momento que uma sensação estranha se começou a desenvolver dentro de mim. Portanto, fiz aquilo que qualquer outro tuga faria: assim que cheguei à auto-estrada, acelerei a fundo e ultrapassei o cabrão.
terça-feira, julho 5
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