terça-feira, março 27

A bola, há quanto tempo não se fala aqui de bola?

O jogo de sábado passado foi o primeiro de um duelo que se prevê longo. Quaresma e Ronaldo, os nossos novos bijous, passaram a primeira parte ao despique, a ver quem fazia o bonito mais inconsequente. Há ali um despique tipo escola primária, do género, eu dou mais toques mirabolantes do que tu. O Nuno Gomes, que, sabemos, não é artista por ali além, deve ter ido para o balneário fodido porque passou a primeira parte a fazer de menino a quem ninguém passa a bola. Na segunda parte, a coisa correu melhor - o primeiro golo nasce precisamente da primeira jogada em que o Ronaldo resolveu passar a bola ao colega que estava em melhor posição. Depois do 2-0, Quaresma e Ronaldo lá puderam retomar o seu duelo de egos. Isto não é necessariamente mau - no futebol chato dos tempos que correm, é raro haver um tipo com lata de fazer habilidades - mas temo que aqueles dois não vão levar as reprimendas que merecem. O Figo, por exemplo, sempre teve uma técnica acima da média, mas sabia jogar feio quando era preciso. Estes dois hão-se nos dar muitas alegrias, mas se calhar era melhor que nos dessem mais cruzamentos. Mas enfim, enquanto houver trivelas deste calibre, posso continuar com a viola metida dentro do saco.

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