terça-feira, agosto 22

No extremo norte de Portugal


Dia 2 – 16 de Agosto – Quarta-feira

Ponte de Lima – Melgaço – S. Gregório - Melgaço

O vinho verde foi um porreiro, quase ninguém soube o que era tomar banho de ressaca na casa de banho mais porca do Minho. Após a higiene saímos do chuveiro para a chuva para tomar o pequeno almoço na "Delícia do Minho". Pastéis de Chaves adaptados mas de igual qualidade e café para ajudar na difícil a tarefa de decidir de para onde ir. Os amigos que vinham dos Pirinéus afugentaram-se com a chuva e para sul rumaram, os restantes valentes aventureiros decidiram então seguir para Norte em direcção a Melgaço.
Passámos por um incêndio apagado pela chuva que nos lixava as férias e demos graças a Deus pelas caminhadas regadas de suor de que nos livrámos. Pelas estradas secundárias que a Joane nos indicava, demos por nós entre uns altos e misteriosos muros que despertaram a atenção. Parámos para saber o que era e descobrimos o mitológico Palácio da Brejoeira. Não era a hora de visita. Seguimos sem provar o néctar que lá se faz.
Chegámos a Melgaço seriam umas duas da tarde. A fome encaminhou a nossa Joane para o restaurante Panorama, mas a espera de 30 minutos levou-nos à procura de mais rápidos serviços ainda mais a norte. S. Gregório não convenceu e ainda cruzámos uma das mais belas fronteiras onde já passei, neste caso a mais a norte que por cá temos. Esquecemos a placa que jurava que Castro Laboreiro distanciava apenas 15 Km e voltámos a Melgaço. Tentámos mais uma vez o "Panorama" e desta vez fomos mesmo renegados. Debaixo de uma grande chuvada acabámos a comer uma costela de novilho gigante num restaurante vizinho. Depois da proteína seguimos para a Pousada da Juventude que pelo caminho vimos indicada. No meio de um imenso pinhal e ao lado de um hotel de quatro estrelas nos alojámos na Pousada que fora inaugurada a 1 de Abril deste ano. Parecia mentira o preço face à qualidade. Verde por todo o lado e uma piscina gigante que só não serviu porque água fria caía do céu. No paraíso o melhor divertimento é dormir e foi o que eu fiz enquanto os restantes pesquisavam o local do jantar e do almoço do dia seguinte.
Pelas nove seguimos para a "Inês Negra" onde um maravilhoso polvo iniciou a noite com garrafas de Alvarinho da melhor qualidade. Saímos contentes pela chuva dar tréguas e permitir um passeio pela parte histórica da vila, agora que o nome do restaurante nos dava consciência do que tinha custado aos espanhóis. Em resumo; Melgaço tomou a opção certa de pertencer a Castela, mas uma tal de Inês Negra não quis perder as emoções de pertencer a Portugal e conseguiu convencer uma antiga rival a tal de "Renegada" a lutar na lama e decidir a nacionalidade da futura Vila. Parece que em Monção a história ainda é mais interessante. Lá uma mulher decidiu mandar comida aos espanhóis e eles convenceram-se que os portugueses estavam cheios de mantimentos e voltaram para a tortilla com jamón e em vez de ficarem com a bacalhau com broa e o rojão. Gente estranha mas com bons genes.
Depois do jantar fomos ao Sorrisos beber uns Whiskies antes de uns avecs com apitos aparecerem. Depois fomos jogar Cinuca e ler o horóscopo antes de voltar ao "Sorriso" para descobrir a história de umas termas abandonadas que prometemos visitar na manhã seguinte. Na pousada ainda se beberam umas cervejas antes de dormir enquanto se apontavam as memórias e ouvia Blur.
No jardim às cinco da manhã alguém mandava regar a relva molhada pela chuva.

2 comentários:

Gerente disse...

Eu não teria passado melhor, e sou natural de melgaço lol

Xosé Manuel Carreira disse...

A ponte de Ponte de Lima é excelente. Vale a pena visitar os arcos da ponte para ver os símbolos sexuais que os romanos fizeram.

Quanto à comida: gosto imenso do bacalhau à moda de Braga, especialmente com um copo de vinho verde.

Em geral, o Norte de Portugal é um excelente destino de férias.