sexta-feira, agosto 18

A história de um pulha.

Não há quem não tenha andado pelo universo dos comics que não tenha que ter feito uma escolha a certa altura entre a DC Comics e a Marvel. Na verdade não é bem uma escolha, porque toda a gente escolhe a Marvel. A DC é sobretudo conhecida por ser muito chata. Para nos mantermos no universo das adaptações basta ver que o Super-Homem e o Batman são da DC e que o Homem-Aranha, Demolidor ou os X-Men são da Marvel. Que os filmes tenham sido maus, não discuto, mas a riqueza dos personagens está algumas milhas à frente. O Batman escapará, vá, mas deve-o exclusivamente a Tim Burton e, mais tarde a Frank Miller. Não à DC. E o paradigma da seca que é esta editora é precisamente publicar o Super-Homem. Não é possível inventar herói mais aborrecido. Invencível (excepto naquela coisa verde que sabemos, o que leva a que essa coisa verde tenha que ter tantas aparições como o S), sem chatices e dilemas humanos e moralmente irrepreensível.

Bom, moralmente irrepreensível não será bem assim. Aqui se vê que o Super-Homem é um rufia. Que faz o tipo quando se apercebe que a miuda que tinha como mais que garantida arranjou namorado? Faz jogo sujo. Leva-a a voar, ver a cidade do alto, explica-lhe que com mais ninguém faz aquilo. Enfim, golpes baixíssimos, e que fazem oficialmente do Super-Homem um tipo de mau fundo. Não há o que possa justificar isto.

Entretanto, o filme é bastante mau. Tem uma ou outra ponta por onde se lhe pegue, em momentos de alguma ironia, mas com momentos de ironia faz-se um jantar de amigos, não se faz um filme de duas horas e meia. O Super-Homem já é cansativo; com este filme é impossível ter alguma consideração pela figura.

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