quinta-feira, junho 1

Casar só mesmo por amor

No seu afã de tudo querer reformar, o Governo do maníaco do jogging resolveu agora legislar sobre os casamentos de conveniência. Parece que o número de casamentos entre os nativos e os que vêm de fora aumentou tanto que a turma de São Bento anda desconfiada. Ainda não explicaram como, quem e quando se vai fiscalizar a coisa, mas antecipo desde já o diálogo entre dois zelosos agentes do SEF, a meio da rusga em casa dos recém-casados Tó e Neide:
“ – Ó Mário, procura aí o álbum de fotos do casamento. E vê lá se há para aí uns bordados com o nome dos dois.”
- Estou a ver isso ó Zé Maria. Então ó senhor António, não sabe como é que se chama a sua sogra?
- É lá, com que então casados e há dez caixas de preservativos na mesa de cabeceira… E apenas uma escova de dentes na casa de banho. Isto não me cheira bem.
- Não cheira não. Aqui a Neidezinha diz que foi ver os pais do Tó a Trancoso e que gostou muito daquela zona do Algarve. O melhor é levá-los para a sede.”
Estou certo de que é apenas o meu espírito cínico que não compreende a facilidade com que as nossas autoridades vão caçar estes falsos nubentes. Mas esta medida faz-me lembrar aquela velha piada sobre o tipo a quem perguntam se casou por amor ou por interesse: “deve ter sido por amor, porque interesse não há mesmo nenhum”.

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