terça-feira, novembro 22

O Gás é Natural - parte III a saga continua

Lisboa, 22 de Novembro de 2005

Para:

Lisboagás
GALP ENERGIA
Rua Miguel Serrano, 9
1495-173 Miraflores


Exmos. Senhores,

Venho por este meio tentar dar por encerrado um equívoco que, apesar de ter tido início num pequeno lapso da minha parte, desenvolveu proporções gigantescas devido a um problema de comunicação interna da vossa empresa, dando origem a uma sequência de notas de débito que revelam graves falhas no vosso sistema de cobrança, o que sem dúvida põe em causa a minha confiança na qualidade da prestação do vosso serviço.

Tudo começou quando durante o mês de Setembro, ao fazer a leitura do contador do gás me enganei e dei a contagem da água. Tal facto parecendo disparatado deveu-se a nunca ter feito a leitura de nenhum dos contadores desde que habito esta casa e ter tomado o contador da água, também medida em m3 como sendo do gás. Tal erro por mim cometido fez com que a Lisboagás me apresentasse na factura nº *********** de 21 de Outubro de 2005 (2005-09-22 a 2005-10-21) o valor de 4207.31€ a ser liquidada a 8 de Novembro. Ao receber esta factura liguei de imediato para os vossos serviços que marcaram uma visita técnica, visita essa que desvendou a questão do meu engano na leitura da água como sendo do gás e tirou do contador o valor correcto do meu consumo. Fizeram-me acreditar nessa altura que a factura anterior seria de imediato cancelada e aconselharam-me a aguardar por uma nova factura com o valor correcto o que eu pacientemente fiz.
Entretanto na sexta-feira passada, dia 18 de Novembro reparo que na minha conta à ordem que serve para os pagamentos da vossa empresa, tenho um valor acima do calculado. Ao consultar o meu banco descubro que a Lisboagás depositou 4.271,82€. Nesse mesmo dia, ao chegar a casa encontro na caixa do correio a vossa Nota de Crédito nº ********* de 1 de Novembro de 2005 (2005-09-22 a 2005-10-21) referente ao depósito que vi creditado neste mesmo dia. Imaginei nesta altura que a comunicação entre a vossa assistência técnica e o departamento de cobranças não terá acontecido, já que o primeiro me pediu para esperar por uma nova factura e o segundo optou por considerar que eu tinha pago a factura em causa devolvendo-me o que eu não deveria ter pago de antemão.
Ontem, dia 22 de Novembro recebi também por correio, uma devolução de cobrança (documento nº ************) no valor de 4.207,31€ pois a minha conta na data de 17 de Novembro não tinha saldo para suportar este débito. Recebi portanto a prova que a primeira factura nunca fora anulada pela informação transmitida pela assistência técnica domiciliária, que me tentaram debitar a verba da conta e que paralelamente me devolveram o valor que eu nunca deveria ter pago.
Bastava que o débito se tivesse atrasado um dia ou o crédito adiantado e tudo se passava sem que se notasse além das transferências bancárias desnecessárias, facto que provavelmente só repararia no final do mês. No entanto o erro tornou-se claro e humilhante e deve ser clarificado em toda a sua dimensão.

Neste sentido solicito que seja efectuado dentro dos vossos registos, uma pesquisa intensiva de forma a compreender quem comprometeu este processo e não impediu que toda esta sequência de mal-entendidos chegasse a este ponto. É também urgente que se clarifique quanto tenho eu de receber pela estimativa acima do valor real que me foi cobrada durante os passados três anos e me informem quanto foi indevidamente depositado na minha conta pelos vossos serviços.
De forma a não tornar a passar por este tipo de situação ponho em causa se devo continuar a permitir aos vossos serviços o débito directo na minha conta. Caso a vossa resposta a estas questões não seja suficientemente célere, e julgo que um prazo até ao fim desta semana (25 de Novembro) será suficiente, terei de bloquear o acesso à minha conta visto que os movimentos registados pelo vosso departamento não são efectuados de uma forma responsável nem eficiente. No entanto, caso se atrasem na resposta, em boa fé deixo aqui explicito que mediante recepção de nova factura esclarecedora efectuarei de imediato a transferência manualmente para a vossa conta.
Devo realçar que esta medida vem contra os meus interesses já que me é muito mais confortável deixar que me seja debitado o valor dos meus gastos directamente, foi por essa mesma razão que optei desde o início por esta modalidade de pagamento. No entanto, caso não me devolvam a confiança que perdi nos vossos serviços, não poderei deixar que acedam a uma conta à ordem que mantenho sempre consciente da cobertura do seu saldo. Ao terem tentado debitar um valor que já tinha sido desmentido pelos vossos serviços de assistência técnica, valor esse acima do disponível nessa mesma conta, levantaram dúvidas relativamente ao meu bom nome e à gestão das minhas contas perante o meu banco, provando uma falta de eficiência extrema na comunicação entre os vossos departamentos, nomeadamente entre a assistência técnica e o responsável pelo débito/crédito, que como gestor de cliente tem directo acesso à conta em questão.

Num mercado onde se quer fazer prevalecer a qualidade e a competitividade não se podem cometer falhas com esta dimensão nem deixar passar incólume todo um processo que põe em causa uma relação entre cliente e empresa.
Aguardando resposta vossa urgentemente me despeço,

Cordialmente,

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