Suspeitava que era desta que voltavas a escrever qualquer coisa. Não era sem tempo, e até me sinto mais confortável se formos dois a alternar posts que ninguém quer ler com as pedradas que o Comboio e o Proletário vão atirando ao Cavaco. Não há maneira de andar por estes caminhos com passos seguros e tens muita razão quando apontas os tais senhores dos apelidos Bruckner, Mahler, Liszt, Schumann. Quando fazemos o elogio de um estilo, e a tentativa de enquadramento, daremos sempre a entender que desdenhamos os que o conduziram a essa evolução, mas tal não é o caso. É claro que nem toda a Europa tocava a três tempos no século XIX, mas não é menos verdade que quase toda tocava, e não só Viena. E nem só na Europa. As valsas e derivados pegaram e devem ter sido a grande musica popular do período. Nos EUA então pouco mais se devia ouvir. Mas eu tinha falado na Europa, certo.
Ainda que o desenvolvimento de compassos compostos seja sobretudo obra de europeus (no jazz poucas vezes se saiu do quaternário simples) estou convencido que, em todos os momentos em que se assistiu a uma maior complexidade do ritmo, ela se deu por necessidades impostas por melodias mais exigentes, e sempre através de uma bem regulamentada divisão de tempos mais simples em estruturas mais difíceis, como confirmaste. Continua no entanto a ser um espartilho e era por aí que queria ir. A reacção a regras tão rígidas quanto algo limitadas, terá levado a um exagero da síncope, do off-beat e da divisão irregular do compasso no jazz, samba, tango, bossa-nova, rumba, e pelo resto da América fora. É de louvar, vá. Sendo ainda que, nos casos que conheço um pouco melhor, jazz e bossa-nova, não se vingaram na harmonia, antes pelo contrário.
Claro que o Mozart swinga. Se até a música militar swinga, havia o Mozart de ser diferente. Mas desta vez, só desta vez, o mérito é do intérprete e não do compositor. Os Modern Jazz Quartet passaram a vida a swingar Bach, pelo que, sim, está lá o balanço na partitura, mas, não, ninguém nem o Bach, quer-me parecer, o usavam. De qualquer modo, prometo que na próxima vez serei mais cuidadoso com afirmações absolutas, mas reconhecerás que de outra maneira eu ficava com um ar muito menos credível. Desta vez lá estarei nos Ricercare, a propósito. Mas naquele à pala, pode ser?
Ainda que o desenvolvimento de compassos compostos seja sobretudo obra de europeus (no jazz poucas vezes se saiu do quaternário simples) estou convencido que, em todos os momentos em que se assistiu a uma maior complexidade do ritmo, ela se deu por necessidades impostas por melodias mais exigentes, e sempre através de uma bem regulamentada divisão de tempos mais simples em estruturas mais difíceis, como confirmaste. Continua no entanto a ser um espartilho e era por aí que queria ir. A reacção a regras tão rígidas quanto algo limitadas, terá levado a um exagero da síncope, do off-beat e da divisão irregular do compasso no jazz, samba, tango, bossa-nova, rumba, e pelo resto da América fora. É de louvar, vá. Sendo ainda que, nos casos que conheço um pouco melhor, jazz e bossa-nova, não se vingaram na harmonia, antes pelo contrário.
Claro que o Mozart swinga. Se até a música militar swinga, havia o Mozart de ser diferente. Mas desta vez, só desta vez, o mérito é do intérprete e não do compositor. Os Modern Jazz Quartet passaram a vida a swingar Bach, pelo que, sim, está lá o balanço na partitura, mas, não, ninguém nem o Bach, quer-me parecer, o usavam. De qualquer modo, prometo que na próxima vez serei mais cuidadoso com afirmações absolutas, mas reconhecerás que de outra maneira eu ficava com um ar muito menos credível. Desta vez lá estarei nos Ricercare, a propósito. Mas naquele à pala, pode ser?
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