No passado fim-de-semana os redactores deste estaminé juntaram-se perto da vila de Constância (anteriormente conhecida por Punhete - este facto merecia um post apenas para si) para celebrar as bodas de dois grandes amigos.
Agora que a ressaca da volta à vida real já se abateu sobre a minha cabeça, é altura de fazer um pequeno balanço da festança. Previno desde já que não abrangerei todos os temas relevantes da celebração, mas apenas alguns que ainda perduram no baú das memórias, o qual foi entretanto vilipendiado por ataques constantes sob a forma das mais variadas bebidas alcoólicas. Vamos a isso, então:
- Quando o bigode voltar a ser uma forma de expressão capilar aceitável, muito se deverá a meia dúzia de valentes que por aqui param.
- Durante a cerimónia propriamente dita, verificou-se que o melhor sítio para estar na igreja era realmente a fila de trás. Não só estava fresquinho como ainda por cima, como muito bem fez ver o Gil, havia minis.
- A mesa Cães Danados era claramente a melhor. Não só lá estavam, por exemplo, o Gil, o Fante, o Escafandro e eu próprio como ainda parecia ser um centro gravitacional à volta da qual se juntavam periodicamente elementos oriundos de outras mesas. Como contraponto, se ainda nos encontrássemos noutra arena, diria que a mesa mais rota era a Bridget Jones, onde estavam instaladas várias pachangas.
- O padrinho ostentava uma cartola toda jeitosa que foi vítima de furto por pelo menos duas vezes.
- Após o almoço verificou-se uma súbita migração do centro gravitacional da nossa mesa para o balcão do bar.
- Por falar nisso, tive talvez a derradeira oportunidade de provar um whisky com a minha idade, sendo que o mesmo serviu para alguns dos presentes experimentarem beber algo mais velho do que os próprios. Estava muito bom.
- Tive ainda a oportunidade de provar (e repetir) mais meia dúzia de whiskies diferentes. Ainda bem que tive discernimento suficiente para acompanhar cada um deles com uma garrafa de água fresca, o que tornou a ressaca do dia posterior bastante mais suportável. Não é mito, meus senhores.
- Há já vários anos que não dançava, muito menos com aquela intensidade. Devo-o aos Comvinha Tradicional, que proporcionaram um memorável espectáculo, e talvez aos amigos referidos no parágrafo anterior. Fiquei, no entanto, a perceber por que razão as mulheres se queixam de dores nos pés quando levam sapatos novos para uma festa.
- A partir de certa hora as recordações começam a ser mais difusas, mais uma vez atribuo-o aos amigos anteriormente referidos.
- O fim de noite foi um bocado estranho, visto que o recinto se converteu literalmente numa discoteca. Subitamente estávamos rodeados de autóctones e de música má, mas como pessoas de classe que somos soubemos continuar com a nossa festa. Infelizmente os amigos passaram a ser a pagantes, mas tal não refreou o meu desejo de consumo.
- A viagem de volta à pensão poderia ter sido mais atribulada se se tivesse concretizado o plano inicial de caminhar os dois quilómetros necessários. Felizmente, “ao menino e ao borracho põe dEUS a mão por baixo” e surgiu a providência divina sob a forma de uma boleia da banda que havia animado a tarde.
- Já vivi ressacas bem mais tenebrosas. Pelo menos não houve dor de cabeça. Atribuo tal facto à já mencionada ingestão compulsiva de garrafas de água durante o dia anterior.
- O pai da Catarina é o maior. Não só não se importou de ver a casa invadida pela horda de bêbedos do dia anterior como mostrou ter um genuíno prazer em nos encher de leitão e vinho caseiro, entre muitas outras iguarias. A ressaca ficou definitivamente afastada e deu até origem a um princípio de bebedeira que tornou mais agradável a volta ao trabalho segunda-feira pela manhãzinha.
Enfim, resta apenas dizer que o Científico e a Catarina são os maiores e que lhes desejo uma felicidade imensa para o resto da sua vida em conjunto. Muitos parabéns e muito obrigado, pá!
PS – Agora falta o relato dos outros participantes. Como é, nem o Paradoxo escreve nada? Foi/está a ser assim tão terrível o regresso ao mundo?
terça-feira, setembro 6
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