Isto da altura que um gajo tem é questão que às vezes é sobrevalorizada (estou a falar da altura que se tem, não da que não se tem, atenção). Há uma boa quantidade de situações aborrecidas. Utilizar a rede expressos está fora de questão, já estive vai não vai para levar nos cornos só por me ter cruzado na rua com pessoas de estatura inferior (“pula, tens a mania que és grande?! E se te enfiarmos essa cremalheira toda para dentro, caralho?”), sou bastante desrespeitado pelos fabricantes de camas e colchões que insistem no tamanho padrão da mobília do Palácio da Pena, sou a primeira pessoa de que alguém se lembra quando há móveis de grande porte a carregar, mesmo que me tenha conhecido apenas por dois minutos enquanto esperávamos ambos por um táxi, os nossos amigos quando na presença de desconhecidos tornam-se mais ariscos, na certeza que, em havendo merda, temos o grande do nosso lado, somos facilmente papados por anões quando se joga à bola, e por aqui se podia continuar.
Mas penso que a sobrevalorização vem de um factor, reconheço que chato, porque corporativo. Uma pessoa se é alta ganha imediatamente o exclusivo. Pode-se emagrecer, engordar, fazer crescer cabelo, trocar de cabelo, pintá-lo, tirá-lo, pode-se dar a entender que se tem olhos azuis ou amarelos, ganhar bíceps, pode-se ler mais, ouvir mais música, aprender matemática, fazer bungee jumping, pode-se dar um jeito ao nariz, tirar o papo do pescoço, pode-se enriquecer, o que se quiser, mas - idos os 20 anos - ser mais alto, pá, lamento.
quinta-feira, abril 14
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