terça-feira, março 1

Assinalário

Desde a última vez que escrevi alguma coisa deram-se quatro acontecimentos de assinalar. A venda dos bilhetes dos U2 para concerto a ocorrer daqui por seis meses; a entrega dos óscares; a final da taça vencida pelo Chelsea; o Porto x Benfica de ontem.

Comecemos pelo quase fim. A vitória do Chelsea, na verdade, não é nenhum facto extraordinário. No entanto apostei que o Mourinho ganhava três títulos esta época, pelo que se assinala o começo. Temo bem que se fique pelos dois, mas a verdade é que já fez coisas mais impossíveis.

O Porto x Benfica chateou-me. O Porto não joga nada. Ao dizer isto tenho consciência do que joga o Benfica, e como tal, ao ver o Porto jogar como joga, chateia-me que o Benfica não ganhe. Por exemplo: Há uns anos, mais de dez, houve um campeonato (vários) no qual em Janeiro o Porto já levava uns 20 pontos de avanço. Um amigo portista disse-me 'isto agora é só passear a classe'. Pois eu acredito que agora é que, verdadeiramente, o Porto passeia a sua classe. Não faz mais nada com ela, mas passeia-a. Determinados jogadores (ainda são alguns) dizem-nos 'vejam como eu até sou um jogador muito acima dos outros'. Só que a nossa equipa não faz a mais pequena ideia do que está aqui a fazer. 'Passeamos a nossa classe'. O Benfica, esse, é uma equipa muito fraquinha, que jogou com o melhor onze possível menos um, e quase que ia lá. Daqui a chatice. Parece que um gajo foi injustiçado como um Belenenses, ou assim.

A entrega dos óscares não vi.

A venda de bilhetes dos U2 é que dava pano para mangas. Vamos lá a ver se não insultamos ninguém... Acho bem que os bilhetes custem aquele preço. Acho bem que as pessoas façam o que for preciso para comprar os bilhetes. Acho que é um espectáculo que deve dar vários empregos com carácter de estabilidade. E acho que é um empreendimento com retorno em que ninguém fica a perder. Até porque a parte que paga entre cerca de 50 a cerca de 140 €, não se sente defraudada, o que é importante.

Para estes textos dava jeito confirmar uma série de conversas de café, que tornam estas exposições muito mais interessantes, mas que nem o google me conseguiu confirmar. Por exemplo, que os U2 têm os músicos de apoio debaixo do palco, escondidos. Dão-me isto como certo, mas vá... o café. Que há um espectáculo musical ainda mais caro. Diz que há um coreano muito virtuoso de 24 anos com um nome parecido com Kuku ou Kiku, intérprete de piano de escola clássica, e que parece que toca as peças todas de memória e com grande mestria. Diz que tem os concertos todos esgotados até 2015 (admitamos que é até ao final deste ano, o que já impressiona), e que cada bilhete anda à volta dos 150€.

Pronto, agora a sério. Não consigo perceber o que faz uma pessoa dispôr deste dinheiro todo, e deste sacrifício (16 horas na bicha e tal) todo, para assistir a um concerto da banda para a qual há menos pachorra na actualidade. Humm espera os... não. os.... hum, também não. Pá, são mesmo os U2. Juízo.

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